Margens comerciais e custos laborais, os desafios de 2025
De acordo com o estudo realizado pela Crédito y Caución e Iberinform, 34% das empresas portuguesas sentem uma deterioração no risco de crédito dos seus clientes devido à inflação.
A evolução incerta do ambiente económico é a principal preocupação das empresas portuguesas para 2025. De acordo com a vaga de outono do Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e Iberinform, 50% do tecido produtivo nacional aponta o contexto geral, marcado pelo baixo crescimento, entre os principais desafios para os negócios. Outros fatores mencionados estão estreitamente ligados a este contexto geral: margens comerciais insuficientes (38% das empresas), custos laborais excessivos (36%), dificuldades na captação de clientes (31%) ou aumento da concorrência (26%). As empresas apontam, ainda, a carga burocrática (25%), os atrasos de pagamento (22%), os custos de produção (17%), o acesso ao financiamento (16%) e o enquadramento legislativo (9%), como desafios para a sua atividade.
O impacto da inflação e dos níveis das taxas de juro moderou-se em 2024, em linha com a moderação da evolução dos preços e a maior flexibilidade da política monetária. Contudo, 96% das empresas confirmem algum tipo de impacto da inflação nas suas operações. Os principais impactos ocorrem na estrutura de custos, o que pode afetar a capacidade de muitas empresas para operar de forma lucrativa; 47% das empresas estão a sentir incrementos nos seus custos laborais e 46% indicam aumentos nos custos de aquisição.
Uma forma de compensar estes aumentos de custos é aumentar os preços finais para proteger as margens comerciais. No entanto, esta é uma estratégia arriscada, devido a fatores como a redução do poder de compra do cliente ou a elasticidade da procura. Segundo o estudo, o contexto de contenção da procura está a obrigar 69% do tecido empresarial português a absorver o impacto dos novos custos, o que implica uma perda de rentabilidade e redução das margens comerciais.
Esta queda das margens comerciais num contexto de abrandamento da atividade, combinada com um aumento dos custos financeiros, é um fator que impulsionador do risco comercial. De facto, 34% das empresas indicam que há uma deterioração no risco de crédito dos seus clientes devido à inflação. Para fazer face a esta evolução, 39% das empresas foram obrigadas a reduzir as vendas e 11% desistiram de determinados clientes.
A percentagem de empresas que mencionam os efeitos dos custos financeiros na solvabilidade e liquidez dos seus clientes diminuiu nove pontos percentuais face aos níveis de há um ano, em linha com a progressiva flexibilização da política monetária. Para 64% das empresas inquiridas, os níveis das taxas de juro irão afetar a sua capacidade de acesso ao financiamento e 15% do tecido empresarial espera que o impacto seja elevado.
Sobre a Iberinform
A Iberinform ajuda a identificar oportunidades de negócio e a evitar possíveis riscos comerciais para as áreas de marketing, vendas, financeira e risco, com informação, análise avançada, algoritmos preditivos e integração de dados que facilitam a tomada de decisões. Transforma dados de negócios em informação e conhecimento por meio de ferramentas que facilitam processos e decisões de negócio. As suas principais fontes de informação são 500.000 entrevistas realizadas a empresas anualmente, o registo comercial, notariado e outras fontes públicas. É uma filial da Crédito y Caución, uma das principais operadoras globais de seguros de crédito com presença direta em mais de 50 países.
Sobre a Crédito y Caución
Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 23%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países. A nossa actividade consolida-se no GCO.
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