A Crédito y Caución prevê corte de juros globais até final de 2025
A seguradora de crédito acredita que o primeiro corte da Reserva Federal norte-americana em quatro anos consolidará a trajetória global de queda das taxas de juro.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) entrou no ciclo de flexibilização monetária em setembro, com um corte de 50 pontos base nas taxas de juro, colocando-se em linha com o Banco Central Europeu e os seus dois cortes de 25 pontos base em junho e setembro. A Crédito y Caución prevê novos cortes de 25 pontos base nos EUA em novembro e dezembro, à medida que a política se orienta no sentido da proteção do emprego. Para 2025, são esperados novos cortes trimestrais de 25 pontos base, elevando as taxas nos EUA para entre 3,25% e 3,5% até ao final do próximo ano.
"Como principal economia do mundo, o que os EUA fazem é relevante. A atuação da Reserva Federal indica que se estão a retomar as operações regulares e que as autoridades estão a concentrar-se novamente no emprego e na estabilidade económica, e não apenas no nível de inflação. Com isso, a Fed dá a entender que considera a batalha contra os preços exorbitantes finalmente encerrada", afirma a economista da Atradius, Dana Bodnar.
O primeiro corte da Reserva Federal norte-americana em quatro anos consolida a trajetória global de queda das taxas de juro. É provável que o BCE passe para uma taxa de depósito de 1,75% até ao final de 2025, face aos atuais 3,5%. O Banco de Inglaterra provavelmente será mais cauteloso, mas as taxas ainda podem cair para 3% no mesmo período. Os bancos centrais de mercados emergentes em grande parte da Ásia e da América Latina tendem a seguir o exemplo da Reserva Federal, pelo que é expectável que os cortes de setembro sejam o reinício dos seus próprios ciclos de flexibilização. O mesmo se aplica aos bancos centrais do Conselho de Cooperação do Golfo.
As reduções nas taxas de juro são utilizadas como estímulo económico. Quando as taxas baixam, os consumidores têm mais dinheiro para gastar e as empresas têm acesso a financiamento mais barato. À medida que a atividade económica recupera, a confiança propaga-se pelos mercados e pelas cadeias de abastecimento. Mas há algumas ressalvas. As taxas nos EUA permanecem bem acima dos níveis pré-pandemia, pelo que o seu impacto permanecerá limitado no curto prazo. Além disso, os efeitos dos cortes levarão tempo a filtrar-se para a economia real. Por enquanto, o impulso real pode vir da confiança que a perspetiva de cortes sustentados nas taxas produz nos consumidores, nos investidores e nos empresários.
As commodities podem ser um dos primeiros setores a beneficiar da decisão da Reserva Federal. À medida que o custo do capital diminui, a procura de matérias-primas aumenta. Os preços do petróleo subiram na semana seguinte ao anúncio, em parte devido à esperança de que os cortes nos juros estimulem a economia global. Os preços dos metais industriais também subiram com as expetativas dos investidores de maior procura. Os preços do ouro atingiram um máximo histórico e podem subir ainda mais, à medida que as taxas de juro mais baixas atraiam os investidores de volta ao mercado de metais de luxo.
Entre os setores que mais beneficiarão de um ciclo de cortes estarão o retalho, a indústria e o setor de logística. Os retalhistas esperam que os consumidores com acesso a hipotecas e empréstimos gastem parte dessa liquidez nas suas lojas. Se o consumo crescer, os fabricantes aumentarão a produção, criando um efeito cascata em toda a cadeia de abastecimento. Além disso, terão acesso a financiamentos mais baratos para investir em equipamentos, tecnologia e mão de obra. À medida que as economias aquecem, o fluxo global de matérias-primas, componentes e produtos acabados acelera. As empresas de logística usarão a crescente carteira de pedidos para investir em novos veículos e tecnologia.
"Uma escalada do conflito no Médio Oriente pode interromper ainda mais a produção de petróleo e as cadeias de abastecimento globais. Também enfrentamos uma eleição americana de alto risco em novembro. Uma vitória de Harris sinalizaria continuidade, enquanto Trump prometeu impor tarifas significativas sobre as importações, uma medida que poderia aumentar os riscos de inflação e, por sua vez, manter as taxas de juro mais altas por mais tempo", acrescenta Bodnar.
Sobre a Crédito y Caución
Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 23%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países. A nossa actividade consolida-se no GCO.
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