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Recuperação mundial impulsiona crescimento na República Checa
O Banco Central decidiu concentrar-se no objetivo da inflação, com duas subidas da taxa de juros de referência desde junho, em lugar de continuar a apoiar o ciclo económico.
A Crédito y Caución prevê que o PIB da República Checa cresça 3,6% em 2021. A recuperação económica checa está a ganhar impulso, apoiada na descida dos casos de COVID-19, na aceleração do programa de vacinação e na recuperação económica mundial. As exportações da República Checa, muito integrada nas cadeias de valor internacionais, representa quase 70% do PIB, uma das taxas mais elevadas da União Europeia. A confiança do consumidor voltou a subir desde abril e em agosto alcançou o nível mais alto registado desde dezembro de 2019. Apesar da escassez de matérias-primas, prevê-se que a produção industrial e as exportações aumentem quase 11% este ano. As exportações de bens superaram os níveis pré-pandemia, enquanto as exportações de serviços se mantêm num nível inferior devido à escassa afluência de turistas.
Graças à recuperação económica em curso, há uma melhoria do risco de crédito de setores como Maquinaria, Metalurgia, Siderurgia, Serviços e Têxtil. Contudo, os resultados de alguns dos principais setores da economia checa continuam fracos. A Construção, por exemplo, foi afetada pelo adiamento de projetos e pela redução do volume de encomendas durante a recessão. O setor automóvel enfrenta a escassez de semicondutores e o aumento dos preços das matérias-primas. Embora o nível de insolvências empresariais se mantenha baixo, não se pode descartar um crescimento deste indicador durante os próximos meses. As empresas mais expostas são as que enfrentam os efeitos do aumento dos custos das matérias-primas, da mão de obra e da energia.
Dado que os preços tiveram um aumento superior a 2%, o Banco Central decidiu concentrar-se no objetivo da inflação, em vez de continuar a apoiar o ciclo económico. Desde junho de 2021 subiu a taxa de juros de referência duas vezes, de 0,25% para 0,75%. Espera-se que a dívida pública aumente até cerca de 43% do PIB em 2021, partindo dos baixos níveis anuais registados antes da pandemia (na ordem dos 30%), um valor relativamente baixo face a outros parceiros da União Europeia. Para amortizar as repercussões económicas da pandemia, o Governo checo pôs em marcha, em 2020, um amplo pacote de estímulos que incluiu subvenções salariais para os empresários, reduções do IVA, isenções e adiamento de obrigações fiscais e garantias para empréstimos. Juntamente com a redução das receitas fiscais, isto conduziu a um défice público de 6,5% do PIB em 2020. Em 2021, espera-se que o défice se aproxime dos 8%, já que os estímulos fiscais foram prorrogados. Em 2022, o défice reduzir-se-á para cerca de 4% do PIB.
Prevê-se que o crescimento do PIB da República Checa acelere até cerca de 4,5% em 2022, em função da contenção da pandemia e da continuação do plano de vacinação. Espera-se que no início do próximo ano a atividade económica alcance os níveis registados antes da pandemia e que a procura interna contribua mais intensamente para o crescimento.
Sobre a Crédito y Caución
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